A idéia de criar “Shogun – Katsuda Bakufu” surgiu a partir da leitura da obra “Armaduras Japonesas – Cultura e História do Japão (por Mário Del Rey, 2008, Editora Madras)”. Após o término dessa fascinante viagem ao Japão antigo, tive a idéia desenvolver melhor minha idéia sobre o quão impressionante é a cultura oriental.

Não obstante, resolvi procurar mais sobre o assunto, conversando sobre com imigrantes nipônicos e seus descendentes aqui nascidos. Procurei também em outros livros e filmes.

Após esse longo e prazeroso trabalho, foi tamanha a simpatia que senti pelo Japão e sua cultura, que me sinto parte dela. E é por isso que, juntamente ao meu amigo Hisamitsu Sato, resolvemos criar uma equipe de desenvolvimento de jogos especializados em transmitir a essência dessa cultura a todos.

Acerca de dois mil e trezentos anos atrás, houve no Japão um período conhecido como Yayoi. Nesse período iniciou-se o desenvolvimento, pela primeira vez no país, de um poder político. Passaram-se séculos, e esse poder foi se desenvolvendo cada vez mais durante os períodos Kofun e Nara. Ao iniciar-se o ano de 795, surge juntamente com o período Heian, uma nova classe denominada Bushi, ou, como é chamada: Samurai.

Enquanto a nobreza, liderada pela família Fujiwara, levava uma vida de muito luxo e requinte, os senhores rurais, donos de shoen, foram aumentando o seu poder de combate treinando guerreiros primeiro para proteger suas terras da invasão alheia, depois para conquistar novas terras. Esses samurais, ao passar do tempo, tornaram-se funcionários de kokushi, recebendo títulos de nobreza ínfima.

Já no ano de 1271, surgiu um novo período, Kamakura. Durante essa época, o Japão enfrentou uma série de problemas pelo regime instalado pelo imperador Yoritomo. E, se não bastasse, houve ameaças de invasão pela Mongólia, afirmando que caso o Japão não se rendesse, Gênsis Khan, o homem que sozinho dominou metade do planeta, teria que tomar o país a força. Temendo perder seu reinado, o imperador deixa a decisão de responder aos mongóis ao samurai Hojo Tokimune, que, então, é denominado mestre dos samurais, e, futuramente, Shogun. Tokimune, indignado pelos termos exigidos por Khan, responde da pior maneira, matando vários emissários mongóis.

Em outubro de 1274, uma força expedicionária, formada por 30 mil soldados mongóis, 13,5 mil chineses e 15 mil coreanos, em mil e novecentos navios, parte da Coréia rumo ao Japão, e, em novembro, chega essa força nas duas ilhas que fazem parte de Tsushima, que era defendida pelo governador So Sukekuni e duzentos samurais aproximadamente. Em 1281, cansados pela luta incessante, doenças, falta de alimentação e destruição de muitos navios, os invasores partem, deixando em terra um número de soldados que encontrarão a morte sem piedade.

A partir daí, período após período, até o Tokugawa Bakufu, o imperador era responsável por escolher um Shogun, que havia de ser o mais fiel e destemido samurai.